“Se o meu pai é policial, então serei bandido”
Andrey Sagaz Forte nasceu em 29 de janeiro de 1981, no bairro Saco Grande II, em Florianópolis. Filho de pai policial e mãe enfermeira, neto de pescadores da praia dos Ingleses e praia de Jurerê, criado nos costumes açorianos, de família religiosa e tradicional na Capital. Parecia ter um lindo futuro pela frente, porém a falta de estrutura familiar gerou conseqüências dolorosas. Tomado pelo ódio, ele só tinha um pensamento: “se o meu pai é policial, então serei bandido”. Conheça o testemunho deste recuperado do Bom Samaritano:
Quando comecei a soletrar minhas primeiras palavras como toda criança, faltava aprender uma: papai. Porém, nunca me ensinaram, pois não tinha pai. A desestrutura no lar promoveu situações adversas no meu crescimento. Minha mãe teve que trabalhar para me sustentar, cresci e minha família se preocupava muito por eu não conhecer meu pai e por sentir a falta dele. Tinha o carinho de todos, mas isso não preenchia a ausência do pai.
Aos 12 anos fui conhecê-lo, um pai amoroso, com família, contudo a revolta já havia tomado conta do meu coração. Deixei um sentimento brotar em mim, sentimento de ódio, e na minha mente só tinha um pensamento: “se o meu pai é policial, então serei bandido”. Foi aí que a força do mal entrou para arrasar minha vida. Comecei a freqüentar as festinhas da igreja, como festas juninas, festa do Divino, e minha família deixava que participasse. Nestes eventos conheci e comecei a usar maconha.
Eu era agora um maconheiro, gazeava aula pra ir ao shopping, e comecei a me influenciar nos pequenos furtos que faziam na Avenida Beira Mar Norte. Depois disso, as más amizades me levaram além da maconha, onde conheci a cocaína. Virei um “cheirador”, me aprofundei na cocaína e viciei. Conheci um dos maiores bandidos de Florianópolis e nós percorríamos muitos lugares da Ilha e do Continente chegando a ficar dias sem voltar pra casa.
Minha história é triste, o mundo é triste, a droga é um mal que arrasa, destrói, mata os sonhos. Eu estava quase morto, pesava 48 Kg. Nesta época, a “casca” (crack feito em casa com cocaína, bicarbonato de sódio e água) estava sendo a droga usada na Capital. Virei um “casqueiro”, mas por pouco tempo, porque encontrei o Bom Samaritano. Aleluia!
O encontro
Dia 12 de abril de 1998, segunda-feira. Após discussões e ameaça de morte pela manhã, descendo rumo ao precipício encontro um pastor parado com duas senhoras que iriam consultar no posto de saúde onde minha mãe trabalhava. O pastor Antônio Donizete ao me ver chamou por meu nome e naquele dia a máscara caiu, satanás foi vencido e fui levado para o Bom Samaritano.
Lembro-me que chorava muito quando cheguei com o pastor Donizete no templo sede da Assembleia de Deus pelos fundos da igreja. Ele me deixou no carro e foi conversar com pastor Moisés Martins, solicitando uma vaga na chácara.
Passei alguns meses no Desafio Jovem, lugar sem igual. Fui batizado nas águas, recebi o batismo com Espírito Santo e o dom de profetizar. Vivi um grande avivamento naquele lugar. Estava pronto para conhecer o plano de Deus e, em 2001, saí de Florianópolis. Manezinho nato, agora tinha um grande desafio pela frente, romper as barreira e vencer com Cristo e por Cristo. Deus falou comigo e me designou a ir para Pinhalzinho, no Oeste do Estado. Lá fui a 700 km da minha casa. Casei-me e me envolvi profundamente na obra do Senhor, galguei lugares de honra.
Em Pinhalzinho fui separado ao presbítero e de voluntário passei a atender integralmente a obra de Deus. Passei pelas congregações de Juvêncio, bairro Maria Terezinha e bairro Bela Vista. Assumi a presidência de uma associação e fizemos evangelismo em massa, onde o pastor Moisés e o presbítero Cristiano Sanford nos auxiliaram. Lembro que em uma noite deste trabalho duas famílias aceitaram a Jesus e até hoje estão firmes na Rocha.
Deus me capacitou e ganhamos muitas almas para o seu Reino. Mais tarde fui transferido para Bituruna, no Paraná, um trabalho marcante com o pastor Ivo Skowron, meu presidente. Ele nos deu todo apoio e juntos em 11 meses batizamos 180 novos convertidos pra Glória de Deus.
Atualmente estou em São Miguel do Oeste integrado a convenção de pastores de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná. Sou vice-presidente do campo, presidente de uma associação e, com apoio do pastor Juvenil dos Santos e do pastor Moisés Martins, faço internamentos e ajudo muitos jovens a se libertar dos vícios.
Sou grato a Deus, ao pastor Juvenil, pastor Donizete, pastor Moisés, pastor Rovane, ao presbítero Cristiano e ao meu pastor presidente Ivo Skowron.
Missionário Andrey Forte.