Rebeca e Eduardo: Milagre em dose dupla

Rebeca Sabino de Souza é natural de São Paulo, e filha de uma mãe viciada em drogas. Desde o nascimento viveu em meio a brigas e foi tirada da família muito cedo. Quando tinha oito meses de idade foi enviada para um orfanato, pois a mãe não tinha condições de criá-la. “Ali eu sofria, via muitas coisas, queria ter minha família de volta e chorava muito”.

Para conseguir dormir tomava remédios e constantemente era consultada por psicólogos e psiquiatras. Mas, no orfanato Deus começou a trabalhar em sua vida. A avó que era crente ia visitá-la e falava: “Um dia você vai ser uma bênção nas mãos do Senhor, Rebeca”.

Aos 12 anos, fugiu da instituição onde morou toda sua infância e foi para as ruas da cidade. Ficava alguns dias na casa de parentes e de amigos, mas não tinha um lar. Foi nesta época que ela conheceu as drogas.

Rebeca achava que se encontrasse um esposo poderia mudar de vida e sair daquele sofrimento. Aos 13 anos engravidou e teve uma filha. Ficou sem usar drogas durante a gestação, porém o relacionamento não durou. “Eu não o amava, mas tive que morar com ele à força, não foi fácil. O Conselho Tutelar e o juiz tinham dito que se eu não morasse com ele iriam tirar minha filha de mim e que eu voltaria para o orfanato”.

Para evitar que a filha passasse pela mesma situação, Rebeca continuou com o pai da menina por dois anos e nove meses, depois deixou a criança com ele e foi embora. “Continuei fugindo, indo de cidade em cidade sem saber para onde ia, morei na rua, dormi embaixo de ponte, peguei comida do lixo, mas creio que pela oração da minha avó, Deus me guardou e me salvou”.

Ela conta que certa vez estava em Bauru – SP, sentada na frente de um estacionamento de ônibus, quando uma moça passou por ela e chamou-a pelo nome. “Ela disse: Seu nome é Rebeca, né? Deus manda dizer que tem algo muito grande na sua vida. Eu nunca mais esqueci esta moça”.

Rebeca diz que sempre era guiada por Deus para pedir comida na casa de pessoas crentes, onde recebia também uma palavra da parte do Senhor.

Nesta peregrinação ela chegou a Jaú – SP, e um dia encontrou Eduardo Donizete de Souza, um jovem também viciado em drogas que estava frequentando uma igreja onde sua mãe congregava. Ele a abordou e perguntou se queria ajuda. Começaram a conversar e mais tarde decidiram viver juntos. Passaram por muitas dificuldades, pois ambos vinham de uma vida de vícios. “Eu acreditava em Deus, mas tinha um coração muito duro. Ia na igreja, porém logo depois estava fumando, usando cocaína, e não entendia como devia servir ao Senhor”.

Eduardo passou 18 anos de sua vida usando o crack e também não conseguia se firmar. Foi então que ele decidiu vir para Santa Catarina e chegou ao Bom Samaritano em 2009, depois de perder tudo no vício e estar sem esperança. “Eu não tinha mais autoestima, e não me via mais como um homem”, relata.

Ele conta que foi acolhido pela instituição e ficou em tratamento por sete meses. Enquanto isso, Rebeca que continuava em São Paulo, estava desolada por ter sido deixada pelo companheiro, e aprofundou-se nas drogas.

No fim do tratamento, Eduardo voltou para sua cidade onde reencontrou Rebeca e reataram o relacionamento. “Ele me ajudou, me convidou para voltar à igreja, eu me batizei e nos casamos. Deus preparou tudo para nós, ganhei coisas que eu nunca imaginava que teria, foi lindo o nosso casamento”.

No entanto, outras tempestades vieram, o casal se separou por três meses e Rebeca teve uma recaída. Mesmo assim, o esposo procurava lhe ajudar. Eduardo fez campanhas de oração, pediu oração nas igrejas da cidade, e não desistiu do seu casamento.

“Eu achava que ele nunca mais ia me querer porque eu fui embora, mas quando voltei, com apenas 30 quilos, ele abriu os braços para me receber”. Algum tempo depois, os dois vieram embora para Santa Catarina e ela foi para a ala feminina do Bom Samaritano.

Cansada de sofrer, Rebeca determinou que iria mudar de vida. Fez um propósito com Deus e ficou na instituição se fortalecendo espiritualmente. “A irmã Margarida me ajudou muito, foi uma mãe, me auxiliou, e Jesus fez uma obra completa em mim”.

Neste período, Eduardo conseguiu emprego e uma casa para morarem. “Um dia o pastor Moisés falando conosco, disse que a gente precisava criar raízes para dar frutos, pois o crente tem que ter raiz. Esta palavra marcou nossas vidas e até hoje comentamos sobre isso”.

Hoje, eles vivem em São José – SC, e louvam a Deus pelo milagre da transformação. Rebeca está grávida, trabalhando, e testemunha o que o Senhor fez.  “Encontramos a vida de novo, e foi tudo graças ao Bom Samaritano”. Eduardo também afirma: “Estava jogado na sarjeta, ninguém mais olhava para mim, não me davam nem uma moeda, mas neste lugar eu recebi um voto de confiança”.