O Músico e as Cavernas Existenciais
Caverna lembra um lugar lúgubre, abandonado, sombrio, misterioso, um esconderijo pra aqueles que estão como que fugindo ou buscando abrigo. Caverna lembra depressão, “ensimesmamento”, ostracismo, solidão, fuga da vida, esgotamento, cansaço, descanso, desilusão, tristeza, angústia, aflição da alma, grito silenciado, voz embargada quando não sufocada, crise do ser.
Davi encarou a caverna quando em fuga, Elias passou por uma caverna também quando em fuga, outros atualmente, se já não o fizeram literalmente encaram cavernas existências todos os dias, madrugadas a fio ou enquanto há vida.
O que pretendo dizer com isso é que caverna tem cheiro de morte, ou seja, remete quase sempre a iminência da morte, aliás, antigamente os mortos eram sepultados em cavernas casos, por exemplo, do irmão Lázaro e do próprio Cristo Jesus que tiveram seus corpos guardados em cavernas, e isto por si só já deveria causar certo medo no coração de todos aqueles que andam brincando de encavernar-se existencialmente.
Pecados não confessados, brincadeira de esconde-esconde a lá síndrome de Adão, falsa religiosidade, infelicidade do ser mascarada pela aparência do que não se é, tudo porque um dia buscou a caverna, lá se entrou e de lá não se tem mais coragem de sair. O poder da caverna existencial fascina, ilude, assegura falsamente, dá uma sensação pueril de controle ao mesmo tempo em que apela ao auto-engano do ser que sempre está a procura de justificativas variadas pra não “desencavernar-se”.
Duas coisas importantes devem ocorrer ou precisam acontecer para com todos quantos estão enredados por esse sentimento de “existencialidade cavernalizada”, Em primeiro lugar é o que aconteceu um dia com Lázaro, precisam ouvir a voz de Jesus dizendo: saia pra fora já, chega de caverna, chega de esconder-se, chega de ocultação de tudo que cheira a morte e nada tem haver com a vida. Segundo, precisa haver um encontro experimental com o poder do Espirito Santo que ressuscitou a Jesus Cristo dentre os mortos arrancando o corpo do Filho de Deus daquela caverna pra uma manifestação de vida gloriosa e triunfante sobre o poder da morte. Estamos, pois sim debaixo da graça e não debaixo da lei, o pecado não mais tem domínio sobre nós, portanto se estivermos em Jesus sabemos quem somos e quem Ele quer que sejamos, logo, o que se conclui é que Cristo não nos quer encavernado existencialmente, mas sim livres pra viver a vida que Deus tem pra dar, vida com abundância.
Então, voltando ao músico Davi, foi em uma situação desta de fuga e perseguição, de encavernamento, de medo e por que não dizer de quase esgotamento que Ele escreveu dois belos hinos, os Salmos 57 e 142. “Tira a minha alma do cárcere para que eu dê graças a o teu nome, os justos me rodearão, quando me fizeres este bem” escreve o salmista no último verso do Salmos 142 e este é sim o cântico que deve encher os lábios de todos que desejam se ver livres de todas as amarras e prisões decorrentes do encavernamento existencial. Então louve!!!
Soli Deo Glori
Pr. Adilson Antunes