Médicos alertam para dependência de tranquilizantes

Um alerta que vem da Inglaterra pode ser transferido para outros países: o consumo indiscrimado de tranquilizantes. Remédios que deveriam ser tomados por curtos períodos estão sendo ministrados continuamente, causando dependência.

Estima-se que na Inglaterra mais de 1,5 milhão de pessoas estão fazendo uso errado de substâncias, como diazepam, benzodiazepinas, entre outros.

Um estudo publicado no British Medical Journal aponta que tais remédios estão associados ao aumento de casos de demência e outras pesquisas já associaram o abuso de tranquilizantes a mortes prematuras. “Não há dúvidas que benzodiazepinas podem causar dependência, mas se usadas direito e por curtos períodos, podem tratar casos de ansiedade”, diz o médico Owen Bowden-Jones, da Royal College of Psychiatry, ao jornal Daily Mail.

No entanto, pesquisas estimam que 8% de pessoas com mais de 65 anos estejam consumindo os remédios de acordo com a própria vontade. As principais consequências são estado de permanente confusão, lapsos de memória e cansaço extremo. E quando param com a medicação, sofrem sintomas de abstinência, como dores abdominais, enjoos e perda de apetite.

Milhões de mulheres estressadas tomam tranquilizantes para tentar lidar com as pressões do dia a dia. Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas da Organização das Nações Unidas (ONU), elas optam muito mais do que os homens por esse tipo de medicamento, em vez de drogas ilegais, como maconha.

O relatório mostra que 4,2% das pessoas do sexo feminino, na Europa, abusam de tranquilizantes em comparação ao 1,6% das que fumam maconha. “Enquanto o uso de drogas ilícitas entre os homens em geral é muito superior do que entre as mulheres, o uso não-medicinal de tranquilizantes e sedativos entre as mulheres, nos lugares onde existem dados disponíveis (na América do Sul, América Central e Europa), é uma notável exceção à regra (e excede o uso de cannabis)”, revela o levantamento.

O documento também indica que, em alguns casos, essas drogas são combinadas a outras substâncias ilegais na tentativa de aumentar o seu efeito.

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