“Hoje sou um novo homem, eu nasci de novo”, conta André Bion

Nascido em lar católico, André Bion foi criado em um ambiente familiar atencioso, com muito amor a carinho, nada lhe faltava. A mãe, costureira que exerce a função até hoje e o pai micro empresário, ex-funcionário dos Correios. Ele enfrentou dificuldades na infância em decorrência de um problema físico, e na juventude, em busca de significado para sua vida e alegria, encontrou as drogas. Conheça mais uma história transformada pelo poder do Evangelho.

bionCresci com minha família me ensinando todos os bons costumes, hábitos e tradições de uma família comum, se preocupando muito comigo, pois após um mês de idade foi constatado que eu era portador da sequela da poliomielite na perna esquerda (mais conhecida como: paralisia infantil). Dali então, lembro sempre de minha mãe relatando toda a preocupação, atenção e conforto com que todos tentavam me acolher durante toda a minha infância e adolescência.

Meus pais tinham que trabalhar muito para me sustentar e fazer meu tratamento, pois eram cirurgias caras e anuais feitas no estado de Paraná, em Curitiba. Ao total, foram 22 correções ortopédicas, lembro que passei todos os verões engessado, pois as cirurgias eram feitas no verão para eu não perder o ano letivo escolar, mas mesmo assim meus pais davam um jeito de me levar à praia para poder brincar com minha irmã e família, “amarrávamos um saco de lixo na perna”. No colégio tentava jogar bola, mas não conseguia, usava uma bota ortopédica que machucava as demais crianças, então o professor me ajudava em eu ser o técnico do time, já  sabia que não fazia nada, mas pelo menos estava ali junto com as crianças; soltar pipa eu soltava, mas sempre com alguém porque era difícil correr para empinar a mesma e assim eu ia brincar, sempre se adaptando às situações para poder estar juntos com as demais crianças. Minha família sempre me deu total apoio, segurança e tentava me tratar como uma criança normal sem dificuldades.

Já na adolescência, queria estar junto das turmas, mas me sentia diferente, pois eu era diferente, porém não entendia que era normal ser diferente. Saía com a turma e com minha irmã para boates, atividades com os amigos, festas, baladas, carnaval, mas me sentindo diferente. Foi quando decidi, com 17 anos, largar os estudos no terceiro ano do Ensino Médio para trabalhar e ganhar a vida, pois achava que tendo bens e dinheiro iria me sentir melhor.

Aos 19, estava começando a carreira de vendedor, ganhava financeiramente muito bem, mas ainda não estava feliz, foi onde num período de constantes saídas noturnas e já bebendo muito, conheci a cocaína. Usava a droga nos finais de semana e assim foram alguns anos de uso.

Com 22 anos, já casado, com apartamento e carro comprados e financiados, faculdade de Administração Publica em andamento, vida estável e totalmente independente da todos, me envolvi na escola de samba Unidos da Coloninha, onde fui diretor financeiro. Com tudo isso me sentia bem, no trabalho, na faculdade, na família, nas atividades da agremiação, mas lembro que a droga já me usava e não eu a usava. O uso já era quase diário, queria mais e mais, daí pra frente vieram as perdas: foram praticamente todas, materiais, financeiras, amorosas, sentimentais, minha dificuldade física só aumentava – durante esse período por causa das drogas sofri dois acidentes que me deixaram mais fraco e com muitas dores constantes e fortes.

Andre Bion 2Muitas vezes usava a droga ou para esquecer todas as perdas ou para aliviar ou mascarar as dores da perna. Usava para trabalhar, para sair, para comer, para tentar se divertir e o mais deplorável, usava para ficar só em lugares desertos ou no meu quarto trancado sem querer ninguém por perto. Minha família sofria muito vendo tudo aquilo por tanto tempo, pois tinham lutado a vida toda para minha felicidade e conforto, meu filho hoje com sete anos, mas na época com menos idade, não entendia nada e me dizia quando me via transtornado ou alucinado “pai, tu estás com dor de cabeça, né”, e aquilo me entristecia muito, mas não conseguia fazer diferente ou ser diferente.

Tentei um tratamento numa comunidade católica e não conclui, tentei diversas formas com terapias, psicólogos, AA, NA, enfim, sem sucesso. Foi quando meus primos cristãos me falaram de um lugar chamado “Desafio Jovem” da Assembleia de Deus, eu queria enforcá-los, pois odiava os crentes, mas não tinha escolha, não tinha para onde ir, minha família não aguentava mais.

Foi quando JESUS estendeu a sua mão para mim, aceitei a JESUS e passei 10 meses no Desafio Jovem “O Bom Samaritano”, lugar sem igual. Fui batizado nas águas, recebi o batismo com Espírito Santo e o dom de falar em línguas. Conheci uma nova vida, vivi um grande avivamento neste lugar. Mas saí fora da vontade e fora do tempo de DEUS, saí porque achei estar pronto, passei um ano e meio fora e voltei, voltei para resgatar o que faltava, e faltava aprendizado, mudanças de caráter e atitudes, uma conversão por completo e o mais importante, faltava a vontade de DEUS em minha vida. Decidi ficar e esperar em DEUS, pelas suas promessas.

Neste mês de abril, completo mais um ano e seis meses de Bom Samaritano, um total de quatro anos desde a minha conversão. Fui colocado como auxiliar da Casa e aprendi mais sobre o evangelho, mudança de hábitos e atitudes e todas as maravilhas que DEUS pode fazer em nossas vidas. Ajudo cuidar da cozinha (o coração da chácara), lugar onde me sinto muito feliz, DEUS tratou muito comigo ali dentro, através dos alunos, da diretoria, das famílias e visitantes que ali frequentam.

Deus tem me abençoado de diversas formas me fazendo perseverar, esperar e descansar no SENHOR. Deus usou o Bom Samaritano para me reintegrar à família e à sociedade, uma nova oportunidade para viver Feliz e em Paz com aquilo que DEUS nos dá.

Andre BionE neste mês de março, Ele me abençoou grandemente com uma porta de emprego como Servidor Público da Secretaria de Estado de saúde de Santa Catarina, no Hospital Celso Ramos em Florianópolis. Eu não esperava, pois já tinha passado o prazo do concurso que fiz, mas estou muito feliz, pois sei que isso é só o início das bênçãos de DEUS em minha vida… o melhor ainda está por vir.

Agradeço a toda família O Bom Samaritano (da qual já faço parte) por hoje me sentir um recuperado. Principalmente aos casais, Pastor Moises Martins e Michelle e Evangelista Cristiano Sanford e Michele, por sempre me apoiarem e me guardarem neste local – mesmo tendo dias que queria esfolá-los, pois não entendia que DEUS os usava de diversas formas para me moldarem. Estes casais sempre me ajudaram e fizeram o papel de pais e mães na fé.

Hoje sou um novo homem, eu nasci de novo… Aprendi com eles que “o melhor lugar para estar, é na Presença do SENHOR”. Nestes últimos meses tenho vivido o agir de DEUS na minha vida através da Fé.

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Comentários

  1. Flávio Da R Santos : março 5, 2015 at 11:20 am

    O Estado/sociedade diz que é um tratamento para desintoxicação. Eu, que passei pelo Bom Samaritanos digo, que foi e continua sendo um encontro com Jesus, na sua essência mais pura. Sou recuperado e não abro mão de ser feliz.

  2. Jadua Helena : abril 18, 2014 at 5:48 pm

    Coisa grande!!!

  3. amigo parabens e que deus continue te dando forças pra sua vitoria cada vez mais forte e segura torço por vc amigo deus sabe dos melhores caminhos que bom que vc caiu na real em tempo so o poder de deus tem a força pra nos salvar amem irmao….

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